Por: Rodrigo Araújo
A noite estava tranquila quando, de repente, desperto ao som de passos apressados pelo corredor que leva ao meu quarto. Minha mãe entra desesperada e diz para me esconder debaixo da cama. Mal havia entrado em meu esconderijo e um grupo de homens vestidos de preto e com máscaras arrombam a porta do quarto, derrubam-na no chão, colocam um saco preto em sua cabeça e a levam arrastada pelo mesmo corredor por onde chegaram. Essa foi a última vez em que a vi.
A cena descrita acima aparece no filme “V de Vingança”. Os pais da garotinha em questão foram presos, torturados e “sumiram” por serem ativistas políticos contra o regime ditatorial implantado na Inglaterra após uma série de eventos que levaram aquela ilha ao caos.
Pois bem, não vivemos em um mundo pós-apocalíptico e muito menos sob um regime ditatorial, mas nossas vozes são igualmente silenciadas. Se não pelo “sumisso” (entenda por tortura + morte + corpo “desovado” em algum terreno baldio ou cemitério clandestino), então pelo simples veto do que temos a dizer sob desculpas das mais esfarrapadas possíveis. Não entrarei no mérito da questão se a lei é cumprida ou não neste país, mas a liberdade de expressão está assegurada na Constituição de 1988 e qualquer ato de censura é um ultraje, uma vergonha e um retrocesso democrático.
Aproveitando o embalo, vou contar outra historinha.
“Um dos amiguinhos achou que era o chefe da brincadeira, foi até o campinho, pegou todos os brinquedos e os levou embora. Num primeiro momento, um outro amiguinho ficou bravo com o amiguinho anterior. Mas depois, sabe-se lá por que, eles voltaram a brincar felizes, alegres, saltitantes, de mãozinhas dadas e resolveram excluir a menininha que queria brincar de outra coisa. Qual é a surpresa disso tudo? Nenhuma! Afinal, o segundo amiguinho não tem voz para nada, muda de opinião como quem muda de cueca (simples assim) e é mera figura ilustrativa na brincadeira (mas que infelizmente tem QI para dar a palavra final). Agora o primeiro amiguinho está feliz da vida com os brinquedos só para ele. Bobo! É mais divertido brincar em grupo.
A menininha “excluída” não precisa ficar cabisbaixa achando que ninguém liga pra ela pq a história ainda não acabou. Antes do “E foram felizes para sempre...” ela descobrirá que outros amiguinhos também querem brincar de outra coisa.”
10 de mai. de 2010
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E os novos amiguinhos da menininha são muito mais legais que os amigos bobos anteriores!
ResponderExcluirDude, eu amo "V de vingança".
ResponderExcluirComentário produtivo, não?
A menininha tem novos amigos e companheiros que gostam de inovar nas brincadeiras.
ResponderExcluira Menininha é uma das pessoas mais legais q seus coleguinhas encontram na brincadeira. eles nao vao deixar ela sozinha. ela tem razao. ela sempre teve, mas ninguem fez nda...
ResponderExcluirA amiguinha vai ficar bem pra brava quando ver que você escreveu o porque assim "pq".
ResponderExcluiré verdade, Beto. ainda mais no blog hahahahahahahha
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